segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Aventuras na terra de Lampião e Maria Bonita...

Como é bom não criar expectativas, não é? Só quem já experimentou a sensação sabe sobre o que estou falando. Seja com relação a alguém, a algum lugar ou situação, não importa. Bom mesmo seria se conseguíssemos esta proeza, sempre... A de deixar acontecer!

Maceió foi a mais recente e gostosa surpresa que tive em minha vida. Depois de criar tantas fantasias sobre Trancoso, ano passado, e me decepcionar, debaixo de chuva torrencial quatro dias seguidos – que fique bem claro... Trancoso é linda! O erro foi meu, ao acreditar que o lugar só valeria com sol, ter criado isto e colocado como verdade absoluta – mal tive tempo para pensar sobre como seria a capital alagoana e, de repente, já estava lá.


As praias de Maceió são lindas, mas muito cheias. Claro, vale à pena conhecer Ponta Verde, Jatiuca, Cruz das Almas e Pajuçara, especialmente se o que você procura é agito. Ao longo da orla são inúmeros barzinhos e restaurantes, com destaque para o Loupana, na Pajuçara, que reúne os dois lugares em um só. Locais e turistas se misturam num ambiente bastante descontraído, agitado pelo som do DJ, que toca à beira mar.

Agora, ninguém vai à Maceió só para curtir praia lotada e balada! Os passeios oferecidos pelas agências de turismo são indispensáveis e bastante culturais. Alugar um carro também é opção, mas ouvir um guia local dando detalhes sobre a região torna a aventura mais especial.

Ah... um detalhe importante. Sempre que viajar ao Nordeste e, se puder, escolha a lua cheia. As marés dão maiores condições de realizar os tours de barco, visualizando os arrecifes.

Pairipueira foi minha primeira parada na direção norte. É lá que estão as piscinas naturais formadas pela segunda maior barreira de corais do mundo, perdendo só para a Austrália, segundo os guias do local. Aqui você deve ser um turista mesmo... Fotografar e até comprar as fotos dos profissionais, porque vale a pena! Agora, não caia no conto do mergulho com cilindro, porque é roubada! – nem precisa dizer quem caiu, né? Bom, o fato é que, se você já mergulha vai ficar decepcionado e ninguém tem a decência de comunicar isto. Tudo o que é feito com o cilindro é facilmente visto com um simples snorkle e, se tiver o seu, nem pagará nada pela aventura! Enfim, nada de stress... a barreira é lindíssima mesmo! É tudo o que você ouvir falar e um pouco mais.










Depois do mergulho e de muito sol, parti para o passeio de jardineira e jipão, rumo à Praia do Carro Quebrado, que leva este nome por atrair turistas desavisados, segundo o guia da Mar e Cia. Muitos acabavam perdendo seus veículos ao estacionarem na praia e serem surpreendidos com a subida fugaz da maré. As falésias coloridas e os trabalhos de um morador local, conhecido como Bob Druga, são as principais atrações desta praia, além, é claro, dos coqueiros.
















Há quem diga que o litoral sul é ainda mais bonito. Sinceramente, prefiro não opinar porque fiquei igualmente maravilhada! Para ir à praia do Gunga, você tem duas opções: pela estrada ou, a mais interessante, parar na Barra de São Miguel e terminar o passeio num catamarã, contornando os arrecifes, com direito a parada para fotos e uma cervejinha gelada num bar aquático, com mesinhas dentro do mar.


Imaginem o paraíso... Pronto!- aproveitando uma expressão bem regional – Chegar à Praia do Gunga é como ter viajado ao céu... Águas cristalinas e mornas doce e salgada, nos esperam neste lugar paradisíaco. A extensa praia pode – e deve – ser percorrida de bugue, para que se possa aproveitar também a lagoa cercada por imensas falésias coloridas, num visual inimaginável.

Dizem que ir à Maceió e não conhecer a Praia do Francês é como ir ao Rio e não ver o Cristo, mas não é bem assim. A Praia do Francês é também maravilhosa, mas sem grandes atrativos e tem, ainda, o inconveniente de ter que fugir dos ambulantes e das ciganas o tempo todo, um problema para turistas e bares locais. Ainda fiquei um pouco intrigada com o porquê de terem-na batizado assim, afinal os franceses que ali chegaram acabaram com o pau-brasil e hoje não resta um para contar história.

Certa vez ouvi que mais do que “onde” é importante observar “quem” somos em cada situação que a vida nos apresenta. Estar presente nos torna grandes observadores e, foi assim que cheguei ao litoral, até agora, mais bonito que visitei no Brasil: de olhos bem atentos e coração aberto. Como tal, pude ver o belo e, é claro, também o feio.

Quem conhece o Nordeste do Brasil sabe da pobreza e condições sub humanas em que vive grande parte da população. Não gosto de enfatizar o negativo das coisas, mas passar em branco também seria esconder a realidade, especialmente quando ali, jogado na sua cara, está uma criança se drogando e milhares de famílias sendo desalojadas, para dar lugar a resorts e gigantescos condomínios que, além do mais, contribuem para desmatar os poucos 2% de mata atlântica que ainda resta a esta região do país. Eu sei, sei bem que isto acontece todos os dias e, até em maiores quantidades aqui, na selva de pedras onde eu vivo, mas assim como não quero perder a capacidade de me encantar com a vida, tampouco posso deixar que tais coisas mexam com minhas emoções, ou me sentirei morta.

Enquanto me esbaldava na riqueza natural do lugar, sabia que tudo isso acontecia e, talvez este olhar me sirva para valorizar ainda mais cada conquista.

Um comentário:

  1. Pa.....adorei a materia!!! parabens!Não vejo a hora de ir a Praia do carro quebrado e de carro!!! hahaha !!! brincadeira...foi bom saber disso!!! beijos Giu

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